esculturas figurativas / figurative sculptures
STUDIO VINGT ET CINQ - PARIS - 1981
esculturas figurativas - clique para ver cartazes de exposições


click para ir à pagina principal / click to go home

Nos últimos anos tem sido gradativa a adesão de jovens artistas brasileiros a novos materiais. Se em alguns casos nem sempre o encontro artista/material é devidamente entendido, noutros há uma louvável preocupação de o artista nele inserir-se na busca de suas possibilidades plásticas. É o caso do carioca Edgard Gordilho, agora fazendo a sua segunda exposição individual. Trabalhando com resina poliester desde 1968, as pesquisas o tem levado não só a explorá-la isoladamente, como também em combinações com materiais outros, os mais freqüentes dos quais a madeira e o aço. Os resultados obtidos, Gordilho apresentou, anteriormente, em mostra realizada na Galeria Oca em 1976: peças tendentes ao objeto, enfatizando a descoberta do espaço contido no seu interior, sem esquecer as funções lúdicas. Arquiteto de formação, Edgard Gordilho, nesta nova apresentação indivudual, lança-se à escultura, trabalhando a resina poliester em grandes volumes e, sem deixar de lado as abstrações anteriores, seu atual interesse temático vai para o corpo feminino, muito mais pelas formas plásticas que lhe proporcionam do que pelo aspecto meramente figurativo da proposta. Em todas as peças de Gordilho há uma acentuada tendência à valorização das transparências do material utilizado nos seus efeitos naturais e artificiais. Tratando-se de uma proposta em evolução - e seria prematura exigir do autor, ainda jovem, a desejada maturidade - ela chega ao espectador com uma finalidade precípua - a de afirmar um novo escultor e o seu meio de expressão.

Geraldo Edson de Andrade

apresentação de catálogo / 1978

Edgard Gordilho O material, poliester, não é muito usado pelos escultores brasileiros. Esse, talvez, o primeiro interesse do trabalho do jovem Edgard Gordilho nesta terceira individual no espaço de três anos. Deixando de lado o abstrato de sua mostra anterior, Gordilho lança-se no perigoso terreno do que chamam erótico surrealista, na verdade formas femininas como nádegas e seios. Não há muita novidade, a não ser o material desenvolvido. Nas mão do artista, porém, a resina poliester alcança uma nova dimensão escultórica, sem jamais atingir o kitsch. O material, enfim, sendo usado como deve, das transparências ao polimento. Pode não resultar num trabalho de fôlego, mas convence.

Geraldo Edson de Andrade

Isto é / 08/08/79



Edgard Gordilho e Geraldo Edson de Andrade no lançamento do livro "Natalenses", de Geraldo,
na Galeria Marly Faro, Ipanema, Rio de Janeiro, maio/2011.